CONTATO: olhares.especiais.inclusao@gmail.com

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

III ENCONTRO INTERNACIONAL DE TECNOLOGIA E INOVAÇÃO


Data do evento: De 24 a 26 de outubro de 2011
Tipo: Exposição
País: Brasil
Cidade/Estado: São Paulo

Descrição do evento:
Reserve sua agenda para o III Encontro Internacional de Tecnologia e Inovação para Pessoas com Deficiência, que se realizará de 24 a 26 de Outubro de 2011, conforme o convite abaixo.
Este ano, o tema do evento será "O Desenho Universal na Indústria Brasileira", tendo por objetivo discutir quanto os princípios do Desenho Universal vem influenciando as empresas brasileiras.

Gostaríamos de contar com sua participação e colaboração, dando sugestões sobre o programa do Seminário, bem como se inscrevendo e/ou indicando potenciais expositores para a Exposição de Inovação em Tecnologias Assistivas.
Como nos anos anteriores, a Comissão Organizadora selecionará projetos inovadores, entre centros de pesquisa, universidades e empresas, nacionais e internacionais, a serem apresentados em estande gratuitamente cedido, escolhidos a partir de três critérios essenciais: (i) evidente inovação, (ii) não disponibilidade no varejo convencional, e (iii) representar avanço nos processos de reabilitação e/ou atividades da vida diária das pessoas com deficiência.
Envie sua proposta, detalhando o que pretende expor, para chjunior@sp.gov.br até 19 de Agosto de 2011. Os expositores selecionados serão divulgados até 26 de Agosto de 2011.
Sua participação é fundamental para o sucesso do evento!
A marca do encontro internacional de tecnologia e inovação para pessoas com deficiência, que este ano chega à sua terceira edição, é a organização, coordenação e realização de atividades voltadas à difusão de ajudas técnicas e tecnologias inovadoras. Aguardamos a sua visita! No hotel Tivoli, Alameda Santos, 1437, São Paulo, Brasil. Mais informações e inscrições pelo site: www.sedpcd.sp.gov.br/3-encontro

McDIA FELIZ EM MOGI DAS CRUZES


Marcado para este sábado, 27/08, das 11 às 20 horas, no McDonald's do Mogi Shopping o McDia Feliz

As voluntárias da Rede de Combate ao Câncer estão no Saguão da Prefeitura Municipal para vender ticketes  do lanche Big Mac a R$ 9,75, camisetas a R$ 15,00, squeezes a R$ 10,00 e canecas a R$ 5,00.

Colabarem a arrecação será destinada ao tratamento de crianças e adolescentes com câncer.

CARAVANA DA INCLUSÃO, ACESSIBILIDADE E CIDADANIA ACONTECE EM MOGI DAS CRUZES


Mogi das Cruzes sediará no próximo Sábado, dia 27, às 9h. a 2ª Caravana da Inclusão, Acessibilidade e Cidadania. Participem!
A CARAVANA:


Entre julho e dezembro de 2011, a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, em parceria com a União de Vereadores do Estado de São Paulo (UVESP), Rede Lucy Montoro e com o apoio do Conselho Estadual para Assuntos da Pessoa com Deficiência (CEAPcD), realiza a 2ª Caravana da Inclusão, Acessibilidade e Cidadania.
A Caravana tem o objetivo de mobilizar e conscientizar a sociedade para a necessidade de implementar e consolidar políticas públicas que contemplem os direitos das pessoas com deficiência.
Segundo estimativas atuais, no Estado de São Paulo há cerca de 5 milhões de pessoas com deficiência, mais de 26  milhões no Brasil, que exigem condições específicas para o pleno exercício de sua cidadania. 

Os encontros abordam temas fundamentais para a plena inclusão da pessoa com deficiência, com destaque para: Educação Inclusiva, Trabalho e Renda, Ações e Programas Prioritários da Secretaria, Direitos  e Cidadania da Pessoa com Deficiência, entre outros. 

A Caravana tem como publicoalvo: prefeitos, vice-prefeitos, vereadores, autoridades municipais, gestores públicos, pessoas com deficiência, familiares e representantes da sociedade civil em todos os Municípios do Estado de São Paulo.
As palestras são ministradas por especialistas da área, representantes da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, entre outros. A coordenação geral dos encontros é do Assessor Político Carlos Alberto Cruz Filho.
A Caravana é aberta a todos, as inscrições são gratuitas e podem ser realizadas na abertura de cada  evento.
Confira, abaixo, as cidades por onde percorre a Caravana da Inclusão, Acessibilidade e Cidadania:

30/07    PIRACICABA
13/08    OLÍMPIA
27/08    MOGI DAS CRUZES
10/09    CATANDUVA
24/09    LENCÓIS PAULISTA
08/10    ASSIS
22/10    ITAPETININGA
12/11    ARARAQUARA
26/11    PARIQUERA AÇÚ
10/12    SÃO PAULO (CAPITAL)

Mais informações:
- Coordenadoria de Políticas Públicas da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência: 
(11) 5212.3700, Carlos Cruz.
Imprensa> (11) 5212.3702 - Daniela.

ABERTURA DAS PARAOLIMPÍADAS ESCOLARES E LANÇAMENTO DO SELO DE "30 ANOS DO AIPD"


Paraolimpíadas Escolares é iniciada e, na mesma oportunidade, carimbo e selo são lançados
Durante os dias 27 e 30 de agosto acontecerá na cidade de São Paulo as Paraolimpíadas Escolares 2011. São 1211 atletas inscritos e mais de 600 técnicos e pessoal de apoio, somando 1820 participantes.
Com realização da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência em parceria com o Comitê Paraolímpico Brasileiro, a Prefeitura Municipal de São Paulo e o Comitê de Apoio ao Paradesporto do Estado de São Paulo, a abertura do evento acontecerá em 27 de agosto no Anhembi.
"É um dos maiores eventos (senão o maior) do mundo, envolvendo estudantes e o paradesporto",afirma a Secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Dra. Linamara Rizzo Battistella.
O evento é destinado aos alunos com deficiências física, intelectual e visual, na faixa etária de 12 a 19 anos e que estejam regularmente matriculados no ensino fundamental e médio, que participam por meio de representações enviadas pelas unidades da federação. Em 2011, o evento contará com a participação de 23 estados inscritos, mais o Distrito Federal.
Durante a cerimônia de abertura, 27 de agosto, acontecerá também o lançamento do carimbo e selo "30 anos de AIPD", em comemoração aos 30 anos do  Ano Internacional das Pessoas Deficientes (1981).
As peças foram criadas com o intuito de sensibilizar a sociedade para a história do importante segmento social que após trinta anos trouxe muitas conquistas em termos de garantias constitucionais, legislativas e de possibilidade de participação social da pessoa com deficiência. Criar o selo e o carimbo é uma forma de rememorar a importância do AIDP que contou, à época, com esta forma de comunicação.
Foram elaborados 2.000 selos comemorativos e a réplica do carimbo comemorativo.
http://www.pessoacomdeficiencia.sp.gov.br/sis/lenoticia.php?id=831
fonte: 

PUC COMEMORA 65 ANOS COM PALESTRA SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA


“Não há futuro sem passado”, afirma a Secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Dra. Linamara Rizzo Battistella
Uma plateia de jovens muito atentos, do curso de Direito da PUC de São Paulo, prestigiou a palestra "As novas Fronteiras dos Direitos das Pessoas com Deficiência", ministrada pela Secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência e médica fisiatra, Dra. Linamara Rizzo Battistella, na manhã desta terça, 23 de agosto de 2011. O evento marcou a abertura da comemoração pelos 65 anos da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, fundada em 1946.
A abertura foi presidida por Caio Heitor Duarte, presidente do Centro Acadêmico 22 de Agosto. E contou com a participação inusitada de dois nobres formandos da primeira turma de Direito da PUC/SP, os doutores Jairo Navarro e Francisco Florêncio.
Dr. Navarro citou uma frase que a Dra. Linamara proferiu, ao conversarem informalmente na abertura da comemoração: "não há futuro sem passado". Dr. Florêncio, com humor refinado, disse: "que bom que veio, doutora, nosso Direito precisa mesmo de uma médica". Ao compor a mesa de abertura, ambos fizeram menção ao início do curso, na PUC, quando, à época, havia um ou dois carros no estacionamento da universidade, ao contrário de hoje, quando quase nem conseguiram achar vaga. Também o Dr. Florêncio foi apontado pelo colega como o criador do primeiro grande escritório de advocacia de São Paulo, nos idos anos de 1950, em parceria com a Alemanha.
Dra. Linamara Rizzo Battistella, em sua palestra, apresentou aspectos relevantes para a garantia de direitos da pessoa com deficiência. Iniciou com a definição de quem é a pessoa com deficiência e tomou como parâmetro a Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência: "Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de natureza física, intelectual, mental ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade com as demais pessoas". Na sequência apresentou os números da população com deficiência no Brasil - cerca de 30 milhões - e no estado de São Paulo - mais de 5 milhões.
Destacou itens primordiais para a garantia de direitos: transporte, mobiliário urbano, acessibilidade, inclusive na comunicação, por meio de legendas na programação de TV, e intérprete de Libras para acesso de pessoas surdas a conteúdo em eventos. Destacou também os equipamentos e tecnologias que dão acesso à educação (inclusive à distância), cultura, trabalho, esporte, lazer, saúde e turismo.
A Secretária destacou ainda o lançamento pela Organização das Nações Unidas, em 9 de junho deste ano, do Relatório Mundial sobre Deficiência, no qual é anunciado a existência de 1 bilhão de pessoas com deficiência no mundo. Deste lançamento, a Dra. Linamara participou pessoalmente, em Nova York, EUA, representando não só o estado de São Paulo, como o Brasil.
As comemorações pelos 65 anos da PUC/SP seguem por todo esse segundo semestre de 2011, nos vários campi. Confira a programação em

HELTON ARAUJO FALA DAS CONQUISTAS DO FILHO ARTHUR, QUE TEM SÍNDROME DE WERDNIG-HOFFMANN

Veja SP
15/08/2011




Mauricio Xavier
“Eu era casado havia cinco anos quando descobri que não podíamos ter filhos. Fizemos uma fertilização e a gestação foi tranquila. Arthur nasceu com poucos movimentos nos membros, o único reflexo era no olhar e na sucção. Foram solicitados exames neurológicos, mas pensamos que ele só tomaria um remédio, algo assim.

No terceiro mês, Arthur foi internado com um quadro de pneumonia. Quando cheguei ao hospital, fui informado de que meu filho possuía a síndrome de Werdnig-Hoffmann (atrofia muscular espinhal), uma doença degenerativa, grave e rara transmitida de forma genética: eu e minha mulher, Juliana, temos o gene. Disseram que Arthur faria traqueostomia e gastrostomia — e que viveria três anos, no máximo.

Eu me desesperei, discuti com o médico. Quando entrei na UTI e vi o bebê entubado, fiquei completamente desorientado. Fui direto para casa pesquisar na internet e só achei coisa ruim. Eu não acreditava em depressão, mas ocorreu comigo: fiquei quatro dias deitado no sofá. O que você pensa é: ‘O que fiz de errado para carregar essa cruz?’. Quem fala que não foi assim está mentindo.

Hoje o arrependimento por um pensamento desses até machuca. No quarto dia, sentei e cheguei à conclusão: “Bom, é agora que ele mais precisa de mim”. A partir daí, minha vida mudou para melhor. Na época do nascimento, eu estava com 30 anos, dando uma boa alçada na vida e com o ego inflado. Pois o meu filho veio e me fez um homem de verdade.

Mesmo com a bomba para respirar e a sonda para se alimentar, a gente se comunica perfeitamente por sons, sinais e olhares. Ele me derruba quando olha direto nos meus olhos. Sonho com o Arthur se levantando da cama, jogando bola, andando de skate, mas a falta disso tudo não é um inconveniente. Ele se diverte, vai ao cinema, à praia. Uma das coisas que me deixaram frustrado foi saber que eu não ouviria o som da sua voz. Hoje isso não incomoda. Por todo esse histórico, eu me sinto especial, privilegiado. Se eu tivesse uma criança dentro dos parâmetros normais, não sei se seria o que sou hoje.”

ANAC ANUNCIA REVER RESOLUÇÃO SOBRE ACESSIBILIDADE DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA EM AEROPORTOS


Medida visa deixar aeroportos mais acessíveis até 2013

José Carlos Oliveira
A Agência Nacional de Aviação Civil vai rever a resolução sobre acessibilidade nos aeroportos para melhorar o atendimento aos passageiros com deficiência e mobilidade reduzida. O anúncio foi feito, na quarta-feira, dia 10 de agosto, durante a audiência pública na Comissão de Direitos Humanos que debateu o tema. A resolução está em vigor desde 2007 e traz as obrigações das companhias aéreas e da administração aeroportuária no atendimento às pessoas com deficiência. O superintendente de segurança operacional da Anac, David Neto, afirmou que houve avanços de acessibilidade nos aeroportos, mas admitiu a necessidade de melhorias.

Cadeirante, a deputada Rosinha da Adefal, do PT do B de Alagoas, questionou, por exemplo, como os aeroportos brasileiros vão receber os atletas dos Jogos Paraolímpicos de 2016 se a atual resolução da Anac prevê que o número de cadeirantes por aeronave deve obedecer a um limite de 50% dos tripulantes de cabine. David Neto explicou que esse limite é estabelecido por segurança operacional. Segundo ele, a resolução está em processo de revisão e as novas normas serão submetidas à consulta pública antes da publicação. "Estamos revendo a resolução 9/07 de uma forma bastante técnica, estudando o assunto com a importância que ele merece. A Anac, as empresas aéreas e as administrações aeroportuárias sabem que o assunto é importante e requer uma dedicação maior e que essa nova resolução traga melhorias nas condições de transporte desses passageiros."

David Neto garantiu que a fiscalização da Anac quanto à acessibilidade é firme. Desde 2007, a agência autuou empresas aéreas 123 vezes e órgãos de administração aeroportuária, 142 vezes por descumprimento das normas. A Infraero informou que trabalha com base em um plano de ação até 2013 para a plena instalação de equipamentos e serviços de acessibilidade nos 66 aeroportos administrados pela empresa.
A representante da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Ângela Cunha, também anunciou que o órgão vai trabalhar, junto com a ABNT, na normatização dos equipamentos complementares de acessibilidade, como as passarelas telescópicas usadas para o embarque e desembarque dos deficientes nas aeronaves.

Entidades ligadas aos usuários reclamaram muito do atual atendimento. Foi o caso do vice-presidente da Associação Nacional em Defesa dos Passageiros do Transporte Aéreo, Alcebíades Santini. "Nós temos uma situação assim: total falta de infraestrutura e falta de planejamento e gestão competitiva. E esse loteamento de cargos em funções técnicas é extremanente grave. Não temos investimento tecnológico."

Deputados cadeirantes, como Rosinha da Adefal, Walter Tosta, do PMN, e Mara Gabrilli, do PSDB, relataram vários dos problemas que vivenciam no dia-a-dia dos aeroportos brasileiros. Eles citaram dificuldades e constrangimentos no embarque, desembarque e revista de passageiros e nos banheiros das aeronaves; casos de extravio de cadeira de rodas, e até a história de um passageiro cego que foi proibido de entrar na aeronave com cão-guia.

Segundo Walter Tosta, o objetivo da audiência foi sensibilizar os órgãos reguladores e fiscalizadores quanto à implementação efetiva da acessibilidade, a fim de garantir a plena circulação da pessoa com deficiência. "Para que ele possa realmente fazer uso da aeronave e de suas passagens para que ele tenha um conforto e não passe por tantos constrangimentos como têm ocorrido hoje."

Walter Tosta é autor de um projeto de lei (PL 435/11) que disciplina o uso de passarelas fingers e ambulift, usadas no embarque e desembarque de passageiros com deficiência. O texto está em fase inicial de tramitação.

ESTOJO PARA iPAD FACILITA USO PARA DEFICIENTES VISUAIS


Henrique Geek
15/08/2011

Empresa desenvolve case de iPad em braille para pessoas com deficiência visual

Guilherme Abati
Um estojo para iPad da Omnifer, criado pelo designer Jayson D’Alessando, faz com que o tablet da Apple seja acessível a pessoas cegas ao criar espaço para teclas em braille.
O dispositivo inovador usa um equipamento baseado em gás para expandir e recolher as teclas em braille dependendo das letras necessárias para o usuário com deficiência visual, de acordo com o site Dvice,que trata de novidades tecnológicas.
estojo amarelo para iPad com letras em braille em alto relevo.jpg
Capa para iPad da Omnifer
O estojo promete fazer com que uma parcela da população, que até então encontrava-se marginalizada, passe a ter acesso à tecnologia e, dessa forma, possa aproveitar de seus benefícios.
Muitos deficientes visuais utilizam o Voice Over - leitor de tela - quando querem usar produtos da Apple, mas agora, felizmente, há mais opções.
Além do produto da Omnifer, recentemente foi criado o iSense, um conceito de película que torna o iPad, literalmente, em uma grande tela sensível ao toque e que facilita a interação entre usuário e o dispositivo. Infelizmente, ele ainda é apenas um conceito.

TÉCNICO E JUDOCAS PARAOLÍMPICOS DO ALTO TIETE REPRESENTARÃO O ESTADO DE SÃO PAULO EM EVENTO NACIONAL


Os Judocas Paraolímpicos Deficientes Visuais, Mateus Rodrigues dos Santos e Wodson Barreto Cruz de 19 anos participarão no período de 26 a 31 de Agosto do maior evento Continental no segmento Paraolímpico Estudantil, trata-se das Paraolimpíadas Escolares Edição 2011. 

O Evento contará com a participação dos paraatlétas das modalidades Atletismo, Natação, Futebol de Cinco, Futebol de Sete, Goalball, Tênis de Mesa, Bocha, Tênis em Cadeira de Rodas, Judô e Voleibol Sentado, dirigidos aos segmentos das pessoas com Deficiência Intelectual (DI), aos Deficientes Físicos (DF) e Deficientes Visuais (DV), das faixas etárias dos 12 aos 19 anos, regularmente matriculados nas Escolas do Ensino Fundamental, Médio e Especial das 26 Unidades Federativas mais o Distrito Federal. 

O Evento terá a participação de 1.820 pessoas entre Estudantes, Comissão Técnica e Dirigentes. A Organização ficará sob a responsabilidade do Comitê Paraolímpico Brasileiro- CPB com o Apoio do Governo do Estado de São Paulo, através da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Prefeitura de São Paulo e Ministério dos Esportes.

A Abertura das Paraolimpíadas Escolares 2011 será no dia 27, das 17h às 20h na Arena do Anhembi, com Entrada Franca e com certeza um grande espetáculo para alegrar os olhos dos participantes e Públicos em Geral. 

No período de 28 a 30 a garotada participará das Clínicas Pedagógicas Específicas das referidas modalidades, para tirar as dúvidas com os Técnicos de Áreas e também as Competições, onde o Judô Paraolímpico se fará presente na Arena do Clube Espéria na Cidade Paulista. 

Wodson e Mateus participarão do Evento competindo na Categoria B de 16 a 19 anos da Classe Ligeiro até 60 kg. 

Santos cursa o último ano do Ensino Médio na E.E. Jornalista Paulo Eduardo Olintho Rehder de Poá e Cruz é estudante do segundo Ano do Ensino Médio da E.E. Homero Fernando Milano da Cidade de Itaquaquecetuba. 

Os Judocas ainda fazem parte do “Projeto Judô Paraolímpico” sob o comando do professor de Educação Física Hélio Rong Junior, responsável pela Modalidade na Secretaria de Esportes e Lazer da Prefeitura de Mogi das Cruzes que estará atuando nas Paraolimpíadas na qualidade de Técnico do Estado de São Paulo pela terceira vez consecutiva a Convite da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, responsável pelos 176 integrantes da Delegação Paulista. 

Rong salienta que o evento será muito competitivo e seus judocas já obtiveram resultados significativos. 

Mateus é Bi Campeão das Paraolimpíadas Escolares e já integrou a Seleção Brasileira no Parapan do México e no Mundial para Jovens dos E.U.A. em 2009. 

O Judoca Wodson que participará pela segunda vez, foi Terceiro Colocado na edição anterior e atualmente é o Campeão Brasileiro para Iniciantes. Rong observa que as Paraolimpíadas Escolares têm o objetivo de revelar novos talentos, com o intuito de preparar a Geração de paraatletas que irão representar nossa Nação no maior Evento Desportivo do Globo Terrestre, as Paraolimpíadas (Olimpíadas) do Rio de Janeiro em 2016, finaliza. 
  



segunda-feira, 22 de agosto de 2011

SAUDÁVEL NA FRANÇA, DOENTE NOS ESTADOS UNIDOS


Viomundo
Washington, 05/08/2011

Entrevista com Manuel Vallee, especialista em sociologia médica e está terminando de redigir a tese "“Desconstruindo a Epidemia Americana de Ritalina"

Heloisa Villela
Acho curioso o altíssimo índice de casos de TDAH, o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, nos Estados Unidos. Há tempos me pergunto se a cultura de um país pode influenciar o diagnóstico. Conversando com Stuart Kirk, autor do livro sobre a história do DSM — Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, manual das doenças mentais editado nos Estados Unidos –, ele me sugeriu procurar o professor Manuel Vallee, da Universidade de Berkeley, na Califórnia.

Manuel Vallee é formado em antropologia, com PhD em sociologia. Ele se especializou em sociologia médica e está terminando de redigir a tese “Desconstruindo a Epidemia Americana de Ritalina: Contrastando o Uso da Ritalina EUA-França”. Ele decidiu comparar o olhar dos psiquiatras franceses com o dos americanos no que diz respeito ao TDAH.

Até os anos 70, a grande maioria dos psiquiatras americanos praticava a psicanálise e, por isso, olhava sintomas das doenças como sinais que deveriam ser compreendidos e estudados, não como problemas em si. O que antes servia de porta de entrada para conhecer o outro passou a ser o foco do tratamento.

Assim, a tendência dominante hoje, pelo menos aqui, é de tirar o indivíduo de seu contexto social e isolar os sintomas. É uma forma de enquadrar a psiquiatria nas fronteiras bem explícitas da medicina biológica, com doenças claramente reconhecíveis e tratáveis. Com isso, elimina-se a subjetividade, o impacto do meio social sobre o individuo. Daí, o recurso fácil às drogas.

Recentemente, o jornalista Jed Bickman publicou, no site <http://counterpunch.org/> Counterpunch, um artigo alertando que em breve poderemos ter repetido, com as drogas para esquizofrenia e os antipsicóticos, o fenômeno que aconteceu com a ritalina: receitas em número cada vez maior para jovens e crianças.

Mas, na entrevista com o dr. Manuel Vallee, tratamos apenas do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, o TDAH.

Viomundo –- Como o senhor se interessou em estudar o tratamento do TDAH, doença que hoje já se considera uma epidemia nos EUA?

Manuel Vallee -– Quando estava na universidade, fiz uma cadeira de antropologia médica e o meu professor, que era espanhol, me perguntou se eu estava trabalhando em algum lugar. Quando disse que estava trabalhando em um agência de publicidade, com a conta de uma empresa farmacêutica, ele ficou doido. Passou meia hora me falando o que eu podia fazer. Fiquei pensando no que fazer. Comecei a desenvolver uma atitude mais crítica em relação à indústria farmacêutica. Como estudante, fiz análise da CHADD (Children and Adults with ADHD, Organização Americana de Crianças e Adultos com TDAH). Descobri que eles estavam brigando para desregulamentar a venda de Ritalina. Alguns jornalistas descobriram, depois, que a organização tinha financiamento da indústria farmacêutica. Quando essa informação veio à tona, eles pararam de brigar pela liberação da Ritalina. Quando estava estudando a CHADD, tive a oportunidade de fazer um projeto de pesquisa na França. Primeiro, queria estudar o uso de antidepressivos. Mas era igual nos dois países [Estados Unidos e França]. O meu orientador me disse: “O que você precisa é encontrar um país que seja muito semelhante, mas onde os resultados sejam completamente diferentes”. Comecei a olhar para outras drogas e percebi que com a Ritalina isso acontecia. Os franceses adoram um remedinho. É um consumo altíssimo. Segundo a Organização Mundial de Saúde, os Estados Unidos são os líderes no consumo per capita de remédios. A França vem em terceiro lugar. Mas, na França, é mais difícil dar Ritalina às crianças. Na minha visão, isso tem relação direta com quem domina o campo do TDAH. Nos Estados Unidos, a psiquiatria biológica ganhou poder nos anos 80, depois da publicação do DSM III (o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, ou Manual Diagnóstico e Estatístico das Doenças Mentais). Mas, na Franca, a psiquiatria biológica não tem o mesmo poder. E os psiquiatras biológicos não são os que lidam com o problema do TDAH. Na Franca, os psiquiatras são treinados na psicanálise e aqui, são treinados na psiquiatria biológica, o que provoca diferenças fundamentais no conceito do TDAH. Aqui, é uma doença biológica e na França é um distúrbio de efeito psicológico causado por algum trauma ou pelo ambiente social e o tratamento é terapia psicológica, aconselhamento familiar, terapia de grupo, terapia da fala… é um olhar mais holístico.

Viomundo - – Antes de começar seu estudo, o senhor tinha alguma conexão pessoal ou acadêmica com a França?

Manuel Vallee -– Sou franco-canadense, falo francês fluentemente. Isso ajudou muito no trabalho. Foi um dos motivos e tive oportunidade de levantar financiamento para a pesquisa lá. Fazia mais sentido do que ir para a Itália ou um país escandinavo.

Viomundo -E quais são os resultados desses tratamentos diferentes nos dois países?

Manuel Vallee –- Países diferentes adotam estatísticas diferentes. Na França, eu consegui dados sobre o uso da Ritalina, mas não sobre os diagnósticos, por exemplo. Olhando os resultados aqui [nos Estados Unidos], eles também não são claros. Por exemplo, dizem que as crianças têm um rendimento melhor com a Ritalina. Mas todo mundo tem. Ela foi usada, originalmente, para manter pilotos [da aviação] focados e acordados. Então, o que você quer dizer com resultados? Qual é o resultado em três meses? Bom, mas… e depois? Não encontramos estudos de longo prazo. A indústria farmacêutica é que financia os estudos e não tem nenhum interesse em estudar isso. A não ser que seja obrigada. Alguns estudos mostram que as drogas perdem a eficácia depois de seis meses. É preciso descobrir se ajudam as crianças mesmo. E depois de dois anos, dez  anos? Existem resultados negativos para a saúde? Existem vários. O FDA (Food and Drug Administration, agência federal que regulamenta o consumo de remédios e alimentos nos Estados Unidos) teve que botar uma tarja preta na caixa do remédio, alertando que ele pode provocar alucinações, problemas cardíacos, derrame e até a morte. Para algumas crianças que têm disposição genética, a Ritalina foi apontada como causa de problemas cardiovasculares, houve casos de crianças que morreram.

Viomundo -– Recentemente, foi divulgado um estudo dizendo que a Ritalina não provoca problemas cardiovasculares. Mas o pé da reportagem dizia que o estudo tinha sido financiado pela indústria farmacêutica.

Manuel Vallee –- Sob o olhar crítico da Ciência, esses estudos não têm valor. Eu recomendo a você o livro do John Abramson, “Overdosed America: The Broken Promise of American Medicine”. Ele é da Universidade Harvard e foi treinado para analisar pesquisas. Ele encontrou vários problemas com os artigos publicados no Lancet, no Journal of the American Medical Association (JAMA), no New England Journal of Medicine [jornais médicos que são referência mundial]. Deu-se conta de que as conclusões eram fraudulentas, afirmações feitas sem base. E acabou descobrindo a indústria farmacêutica por trás, financiando as pesquisas. Ele deixou claro que os estudos financiados pela indústria não são confiáveis.O psiquiatra britânico David Healy também fez muita pesquisa sobre a indústria farmacêutica e foi consultor do grupo que processou os fabricantes do Prozac e de outros antidepressivos. Por isso, teve acesso a todos os dados e descobriu que o antidepressivo não tem nenhum benefício significativo, quantitativamente, quando usado para crianças. E, com adolescentes, na verdade aumenta o risco de suicídios. Ele descobriu que quando as indústrias mandam pesquisas à FDA pedindo a aprovação de remédios, elas escolhem apenas o que tem de positivo no resultado, para promover. Ele provocou um furor e muitos protestos na FDA.

Viomundo -– Começando pelo diagnóstico do TDAH, ele difere muito nos Estados Unidos e na França?

Manuel Vallee -– O DSM (manual de diagnósticos adotado nos Estados Unidos), o sistema da França e a classificação da Organização Mundial de Saúde deveriam ser bastante similares, mas existe uma grande diferença entre estes sistemas de classificação.

Viomundo -– O dos Estados Unidos é mais abrangente?

Manuel Vallee -– Para a classificação do TDAH é bem mais abrangente que o sistema da Organização Mundial de Saúde. Os americanos dizem que o sistema da OMS tem muitos defeitos. Enquanto isso, os britânicos dizem que os americanos estão completamente loucos. Você conhece a Lynn Payer? Ela é jornalista americana da área médica e escreveu um livro chamado “Medicine and Culture”, onde mostra o preconceito etnocêntrico de cada país. Todos acham, sendo os fundadores da Medicina moderna, que têm o monopólio da maneira certa de fazer as coisas. O que eu achei interessante entre os americanos e os franceses é que o DSM-IV leva a um diagnóstico de TDAH em 5% das crianças do país, enquanto o método da França atinge 1%. Então, a versão
americana leva a um volume de diagnósticos cinco vezes maior.

Viomundo -– Que outras diferenças existem na hora de fazer o diagnóstico?

Manuel Vallee -– Na França, eu ouvi repetidas vezes que o TDAH é uma das doenças mais difíceis de diagnosticar porque tem tantos aspectos diferentes. É muito importante ter um extensivo e rigoroso processo. Analisar todas as opções para ter certeza de que foram eliminadas todas as possíveis explicações alternativas. Você só pode chegar ao diagnóstico depois de eliminar toda e qualquer outra explicação. Os franceses dizem que esse processo, em geral, leva entre oito e 24 horas. E eles preferem dar de 8 a 24 horas de avaliação, com psicoterapeuta, assistente social e tudo mais. Mesmo os que defendem com força o uso da Ritalina nunca chegam ao diagnóstico com menos de 8 horas de avaliação.Aqui nos Estados Unidos, o tempo gasto para se chegar a um diagnóstico de TDAH para criança é de 45 minutos. Fica entre 22 a 72 minutos. É claro que existem exceções… Nos Estados Unidos, o campo do TDAH é dominado pelos pediatras. Eles lidam com a grande maioria dos casos. E prescrevem 70% dos remédios consumidos pelas crianças.

Viomundo -– Nem mandam a criança para um psiquiatra?

Manuel Vallee -– Não. E quando você começa a olhar para isso mais profundamente, fica complicado, porque existem muitos fatores contribuindo para o resultado final. Nos Estados Unidos, você pode encontrar médicos que gostariam de passar mais tempo com a criança. Mas eles são avisados pelo HMO [health maintenance organization, organização que sob a lei americana pode oferecer atendimento em certos hospitais e com certos médicos] ou pela empresa de seguro de saúde que serão reembolsados apenas por uma visita de 45 minutos. Qualquer tempo extra que eles investirem no caso vai ter que sair do bolso deles. Temos um sistema que conspira para essa abordagem completamente diferente de tratamento.

Viomundo -– Que outras diferenças o senhor encontrou, nos dois países, com relação ao tratamento do TDAH?

Manuel Vallee –- Além do tratamento mais holístico, que envolve a escola e a família, os franceses ensinam os pais a reconhecer melhor os pontos fracos e fortes dos filhos. Também levam a Ritalina em conta, mas apenas como último recurso. Nunca como tratamento único. Fiz questão de procurar os médicos que defendem o uso da Ritalina na França. E até mesmo eles disseram que jamais usam apenas o remédio. Enquanto isso, nos EUA, 70% das crianças diagnosticadas com TDAH tomam Ritalina, ou um outro estimulante. E em 50% dos casos, é tudo que recebem. Então, é um tratamento completamente diferente nos Estados Unidos e na França. Agora, existem pais, nos Estados Unidos, que buscam um tratamento mais holístico. Terapia, aconselhamento, mas têm que montar o pacote sozinhos. E é mais caro. Um dos motivos pelos quais o sistema francês pode oferecer esse tratamento mais holístico é porque é pago pelo governo; 85% do custo são pagos pelo governo.

Viomundo -– Esse é outro aspecto que influencia as decisões, o tipo de sistema de saúde que existe nos EUA?

Manuel Vallee –- Ou a falta de um sistema de saúde…. Outra coisa que acontece nos Estados Unidos está ligada ao treinamento de professores. Quando a criança chega ao consultório do pediatra ou do psiquiatra, ele já tem todo um dossiê, informações sobre aquela criança, fornecidas pela escola.. O sistema produz incentivo na direção de um diagnóstico. Eu sei que houve muita resistência quando a indústria farmacêutica tentou treinar os professores na França. O ministro da Educação combateu veementemente, dizendo que esse não é o papel dos professores. Eles têm que ensinar e não diagnosticar. Para isso existem os médicos.

Viomundo -– O professor olha apenas para o comportamento da criança, mas não sabe qual é o contexto. E a impressão que eu tenho do sistema, aqui, é que na maior parte do tempo, todo mundo é retirado do seu próprio contexto e analisado com base apenas nos chamados sintomas, que podem ser apenas uma reação a isso ou aquilo. Por isso acho difícil entender um psiquiatra pegar um questionário sobre o comportamento da criança, preenchido pelo professor, outro dos pais, olhar a criança por 25 minutos e chegar a um diagnóstico sem saber de onde vem essa criança, qual é a história da vida dela.

Manuel Vallee -– Exato. É a descontextualização do indivíduo.

Viomundo -– Isso também leva os profissionais a se apoiarem mais em remédios?

Manuel Vallee -– Com certeza! Mas não é apenas isso. Eu dou aula de sociologia médica e sempre peço aos meus alunos que olhem para a individualização das doenças. Não apenas das psiquiátricas, mas de todas elas. Quando a pessoa aparece no consultório por causa de asma ou diabetes, o que fazem é individualizar a doença. Encontrar algo errado com o comportamento do paciente. Ver se pode haver algo errado com os genes da pessoa. Mas ninguém fala do quadro geral. Por que as crianças que vivem perto de um porto têm vinte vezes mais casos de asma que as outras? Então, ninguém fala do contexto social, ninguém discute porque as pessoas que vivem nas áreas mais pobres de Richmond [cidade da Virginia, Estados Unidos], com menos acesso a comida de qualidade, têm índices de câncer mais elevados? Para cada incidência de doença vamos encontrar que as classes mais baixas têm menos acesso a recursos e têm índices maiores de doenças. Esta tem sido a tendência nos Estados Unidos, nos últimos 50 anos. E desde a publicação do DSM-III a psiquiatria parece estar tentando seguir essa tendência de descontextualizar as doenças. Fomos relegados a esse tipo de solução, que tem como alvo o nível biológico das coisas. Ninguém olha para as causas sociais. E eu acho que a descontextualizarão das doenças é ainda mais importante para as doenças mentais, me parece.

Viomundo -– No resumo do seu trabalho, que ainda vai ser publicado, o senhor diz que os países do Terceiro Mundo devem ficar alertas. Por quê? Em algumas escolas brasileiras já existem programas de cooperação com psiquiatras, para treinar professores no reconhecimento de crianças com TDAH na sala de aula…

Manuel Vallee -– Isso também acontece aqui. Você conhece o Peter Breggin? Em um dos livros dele, ele fala dos seminários para professores que são organizados pela indústria farmacêutica. Não foquei nessa área. Ainda quero pesquisar o papel da escola na produção dessa epidemia. Não tive oportunidade ainda e decidi focar primeiro na comunidade médica, para ver quem lida com TDAH e qual é a predisposição deles para analisar isso. Quando terminar, vou olhar mais detalhadamente para o papel que a educação desempenha nessa história de medicalizar as crianças com Ritalina.

A DIVERSIDADE SINALIZANDO O DESCONHECIDO


Rede SACI
08/08/2011

Comentário sobre os pais anões que geraram um bebê com estatura normal

Lilia Pinto Martins
Li recentemente, no Portal RAC, do maior grupo de mídia impressa do Interior de São Paulo, reportagem de nossa amiga Katia Fonseca, jornalista e Presidente do CVI-Campinas. A matéria, do dia 25 de julho, trazia como título “Casal com nanismo gera criança sem problema físico”. Recolho da reportagem aqueles trechos que considero mais significativos para conhecer a história do casal e, neste contexto, lançar algumas questões que me parecem instigantes.

A começar, pela introdução da própria reportagem: “_A ciência garante que é possível, mas a maioria duvida: pessoas pequenas podem gerar filhos que terão estatura padrão”. E continua: “Fabíola Dreher Guimarães e Fernando Vieira Guimarães são a prova viva disso. O casal, que mora em Campinas, deu à luz, nesta segunda-feira, dia 25 de julho, Lívia, uma bebê com saúde e que não terá problema de crescimento."

"Em maio de 2009, eles se viram pela primeira vez, numa balada de pequenos, em São Paulo. Começaram a namorar e, em um ano, estavam casados” (...) “Nenhum dos dois nasceu em Campinas. Ela é do Paraná, e ele nasceu na capital paulistana (...) e vieram para Campinas por diferentes razões: Fabíola em busca de melhores oportunidades de estudo e trabalho e Fernando atrás de Fabíola. 'Me apaixonei por ela', confessa."

"Fabíola ficou grávida sem planejar. No entanto, filhos sempre estiveram nos planos de ambos. Nos três primeiros meses, Fabíola passou muito mal por causa dos enjoos. Mas nada que não seja esperado da maioria das gestações. Depois, teve uma gravidez tranquila. Fabíola e Fernando preferiam ter gerado um bebê como eles – que se tornasse também um pequeno. 'Os médicos torciam para que nossa filha tivesse estatura padrão e achavam que a gente torcia pra isso também', conta o pai. Ambos estão ainda em suspenso a respeito de como será criar uma criança grande. 'No começo, eu estava pirando com o fato do bebê não ser um pequeno', confessa Fernando. A mamãe ainda não sabe como vai agir e se sentir frente à doce Lívia que acaba de nascer. Mas sabe o que quer para o futuro de sua bebê.”

Uma reportagem sensível, apresentando a narrativa de simples fatos que cercam nosso cotidiano, estimula-nos a ir além dos fatos, procurando ângulos não antevistos. Desse modo, fui instigada a examinar dois aspectos da reportagem que me chamaram a atenção de imediato. Em primeiro lugar, fica patente o afeto e o cuidado que ambos inspiram um para com o outro, cercando a relação de uma “liga” muito peculiar chamada enamoramento. Nada de muito particular, já que esta “liga”, ou melhor “vínculo afetivo”, é parte intrínseca das relações humanas.

Mas o que dizer, vindo de pessoas tradicionalmente tratadas como “bobos da corte”, e vivendo apenas em função do divertimento e do prazer que despertam nos outros? Como imaginar, pensariam alguns, que neste “mundo dos pequenos” existiria algo além daquilo para o que estes “pequenos” estão destinados, ou seja, ser pretexto de piada para espetáculos circenses ou programas humorísticos? Nada mais reducionista que um pensamento desta natureza, revelando o quanto dentro de nossa “humanidade” podemos ser perversos, estigmatizando pessoas e confinando- as em padrões de existência muito aquém de sua condição humana. Felizmente, a realidade, sinalizando fatos como o da reportagem, confirma uma convicção que sempre tivemos, e que mostra como a diferença que cerca os humanos entre si não lhes retira a humanidade. E por uma razão muito simples: somos pessoas, acima de qualquer diferença.

Um segundo ponto a focalizar: tanto Fabíola, quanto Fernando mantinham a expectativa de ter um filho também “pequeno”, mostrando-se surpresos ao tomar conhecimento do contrário, por não saberem como seria lidar com uma criança “grande”. E mal leio este trecho da reportagem me vem a pergunta: curioso, a expectativa do casal não deveria ser o inverso da que experimentaram, ou seja, ter um filho com uma estatura padrão, que o identificaria dentro dos padrões sociais da normalidade? Não é sempre a expectativa pela “normalidade” que se coloca frente a situações novas, profundamente investidas de emoções e sentimentos, como é o nascimento de um filho? E não é exatamente o contrário que se verifica, isto é, a “normalidade” da filha causando dúvidas e estranheza ao jovem casal? Que força misteriosa é esta, atraindo para o que é “igual”, mesmo quando o igual significa a diferença? Sim, porque o caso em questão é exemplar para apontar este paradoxo, quando a condição de diferença dos pais é vivenciada como “normalidade”, a ponto de suscitar neles a expectativa por um filho igual dentro da diferença que os identifica. E para surpresa geral, a condição de “normalidade” da filha causa estranheza exatamente pela diferença que apresenta em relação aos pais.

Este questionamento leva a supor que, em princípio, somos guiados pelo desejo por um mundo que não tenhamos que ser defrontados com a diversidade, condição que não deixa de ser aprisionante, mas que sem dúvida fala de sentimentos e desejos bem primitivos. Tenho a impressão que, de fato, estar frente à diversidade, com tudo o que isto representa, é dar-se conta de um outro, que sendo diferente de nós, suscita dúvidas, angustias e conflitos, por fugir a nosso desejo de ter este outro como espelho de nós mesmos.

Lidar com a diferença será sempre uma situação desafiante, frente a uma escolha alternativa e preferencial que não apresente conflitos a primeira vista. Esta pode ser uma das razões porque é tão usual colocar alguns segmentos que representam a diversidade fora dos padrões humanos e sociais. Mas nada tão ilusório quanto negar o conflito em quaisquer perspectivas das relações humanas - conflito, a meu ver, origem não só de litígios intransponíveis, como também de processos estruturantes para relações mais humanizadas e oxigenadas, exatamente, pela presença da diversidade dentro do tecido social.

LONGE DO ALCANCE DAS MÃOS


Carta Capital
18/08/2011

Dois séculos depois da criação do sistema braille, livros adaptados para deficientes visuais ainda são caros e de difícil acesso no Brasil

Tory Oliveira
Para a maioria das pessoas, basta entrar em uma livraria ou biblioteca de sua cidade para ter acesso a milhares de títulos, de best sellers como a saga Harry Potter a livros específicos sobre física quântica. Apenas em 2009, 22 mil lançamentos e 30 mil reedições encheram as livrarias brasileiras, segundo o balanço anual Produção e Vendas do Setor Editorial, realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Entretanto, a prateleira de livros é bem menor para aquelas pessoas consideradas cegas ou com baixa visão. Em 2010, a maior editora de livros em braille da América Latina, a Fundação Dorina Nowill, produziu 342 títulos. “O acesso ao livro é precário e sofrível”, classifica Vera Lúcia Zednick, criadora do Projeto Acesso, uma organização sem fins lucrativos que luta pela inserção social e educativa do deficiente visual. Na biblioteca do Projeto, por exemplo, existem apenas 50 livros em braille. Segundo Vera, existem pouquíssimos títulos disponíveis em livrarias, cujo catálogo é, em sua maioria, constituído por livros infantis.

Criado no século XIX pelo francês Louis Braille, o sistema de escrita e leitura através do tato revolucionou o mundo dos deficientes visuais. Entretanto, quase dois séculos depois de seu nascimento, livros criados ou adaptados para o sistema ainda são caros e de difícil acesso no Brasil. O último dado disponível sobre o número de cegos e pessoas com baixa visão no Brasil (Censo 2000) aponta que existem 169 mil deficientes visuais no País – dos quais se estima que apenas 10% sejam alfabetizados em braille.

O custo de produção do livro em braille é alto – cerca de dois dólares por página – e demora em média três meses para ficar pronto. Como não é possível reduzir ou aumentar o tamanho dos caracteres, como acontece com fontes tipográficas tradicionais, os livros também costumam ficar grandes. Uma página em tinta equivale a quatro páginas de um livro em braille – assim, um pequeno dicionário da língua portuguesa acaba transformado em 35 grandes volumes.

No caso de Bruno Marques da Silva, de 11 anos, os livros didáticos em braille para a sexta série ocupam “uma prateleira cheinha” na sua casa. Alfabetizado em braille desde 2006, Bruno costumava pegar os livros na Fundação Dorina Nowill, onde ficou por dois anos. Hoje, sua maior fonte é a biblioteca da escola. Além dos didáticos, a última leitura em que Bruno mergulhou foi o infanto-juvenil "O Dragão Verde", de Maria Clara Machado. “Eu li a introdução em braille, aí achei legal e peguei o livro.” Com menos entusiasmo, o garoto também fala sobre um livro que não conseguiu ler – o romance "Tarzan", escrito pelo americano Edgar Rice Burroughs em 1914. “Eu estava jogando um jogo acessível do Tarzan e me contaram que também tinha um livro. Eu procurei, mas não encontrei.”

Fontes de acesso

Em São Paulo, as duas maiores fontes de acesso aos livros são a Fundação Dorina Nowill e a Biblioteca Louis Braille do Centro Cultural São Paulo. Criada pela pedagoga Dorina Nowill em 1946, inicialmente com o nome de Fundação Para o Livro do Cego no Brasil, a entidade tinha como objetivo principal criar e distribuir livros em braille para que deficientes visuais, como a própria Dorina, pudessem estudar. Hoje, cerca de 70 pessoas trabalham exclusivamente na área editorial da Fundação, que também possui uma gráfica própria, equipada com seis máquinas impressoras. Os livros são distribuídos gratuitamente para escolas e bibliotecas de vários estados do Brasil. Não existe, entretanto, uma biblioteca de braille própria na Fundação – um exemplar de cada livro é enviado para a Biblioteca Louis braille, no Centro Cultural São Paulo.

A Fundação Dorina Nowill também trabalha com livros falados (audiobooks) e livros digitais. Livros didáticos muito ilustrados ou com fórmulas – como os de matemática, mísica, química ou geografia, com mapas – também são preferencialmente adaptados para o braille. Já obras consideradas de “entretenimento”, como best sellers, clássicos da literatura e revistas semanais, são transformadas em livros falados. Livros universitários e de referência, em geral, são adaptados para o formato digital acessível.

O acesso ao livro didático continua sendo problemático, embora o MEC determine – e arque com metade do valor – que todos os livros didáticos comprados pelo ministério tenham sua versão digital distribuída de forma gratuita para as escolas. Ainda assim, como a adaptação é demorada, no caso de escolas particulares, muitas vezes os pais precisam enviar o material com meses de antecedência – e ainda assim correm o risco de não receber os livros a tempo. Por outro lado, nos últimos anos cresceu o investimento em livros falados e digitais, acessado via computador, com a ajuda de softwares específicos que podem ler trechos, aumentar o tamanho da fonte ou realizar buscas por termos dentro do texto. Esses novos formatos são produzidos mais rapidamente e a um custo menor.

Para Vera Lúcia, houve avanços, mas ainda é preciso afinar o discurso com a prática. Para ela, o livro em braille ainda é fundamental para o conhecimento e a aprendizagem. “Imagine estudar química ou história com alguém lendo para você! O discurso está maravilhoso, mas falta a prática”, conclui.

PROJETO ASSEGURA BOLETOS EM BRAILLE PARA DEFICIENTES VISUAIS


Empresas poderão ser multadas caso não cumpram a lei

Rachel Librelon
A Câmara analisa o Projeto de Lei 672/11, do deputado Weliton Prado (PT-MG), que assegura às pessoas com deficiência visual o direito de receber os boletos de pagamento dos serviços de telefone, energia elétrica, gás, IPTU e água/esgoto em braille, sem custo adicional. Além das faturas mensais, as empresas deverão disponibilizar em braille os comprovantes anuais de quitação.

Caso não cumpra a lei, a empresa ficará sujeita à multa de 30% sobre o valor da última fatura. O valor será revertido em favor do usuário em forma de desconto na fatura posterior.

Weliton Prado destaca que Código de Defesa do Consumidor (CDC – Lei 8.078/90) garante o direito à informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação de quantidade, característica, composição, qualidade e preço, além de adequada e eficaz prestação dos serviços públicos. “As pessoas com deficiência visual têm direito de conferir suas contas”, afirma o parlamentar.

Tramitação
A proposta foi apensada ao Projeto de Lei 7699/06, do Senado, que institui o Estatuto do Portador de Deficiência, já foi analisado pelas comissões permanentes e está pronto para ser votado pelo Plenário.

SEMANA DE PSICOLOGIA DEBATE SAÚDE MENTAL


O Centro Acadêmico de Psicologia (Capsi) da Universidade Federal de Roraima (UFRR) promove dos dias 22 a 26 a III Semana de Psicologia e III Encontro Roraimense de Práticas Psicológicas, que este ano abordará o tema Saúde Mental. O evento acontecerá no auditório Alexandre Borges, da UFRR.

As inscrições estão sendo realizadas na UFRR, no bloco da Psicologia que fica ao lado da Escola de Aplicação. As participações para as palestras e mesa redonda custam R$ 10 e cada mini-curso R$ 10, valores destinados aos alunos da instituição. Já, para os demais o valor  do pacote é R$ 45 (palestra e três mini-cursos).

O evento acontece a três anos consecutivos e tem o objetivo de oferecer integração, socialização e conhecimento aos alunos do curso de Psicologia e interessados sobre os temas propostos. Esse ano o tema da Semana é a saúde mental, que visa levar a discussão sobre o que é saúde mental e todos os pressupostos que envolve o tema.

“O objetivo é debater o que saúde mental na perspectiva da psicologia e levar um conhecimento mais crítico e aprofundado para o público participante do evento”, disse Rayssa Lemos, presidente do Capsi.

O evento começa na segunda (22), às 8h  com apresentação de projetos de trabalho de conclusão de curso dos acadêmicos da UFRR. Já, o credenciamento será as 17h, no Auditório Alexandre Borges. A palestra de abertura será com o psicólogo Sérgio Gomes, cujo o tema é “A Saúde (quase) Perfeita e sua Relação com o Psique-soma”.

Sérgio Gomes é formado pela Universidade Federal da Paraíba, é especialista em sexualidade humana, direitos humanos, mestre em saúde coletiva, doutorando em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro desde 2010 e atua como psicanalista em consultório particular no Rio de Janeiro.

Os interessados podem obter contato pelos números 8102-5794 e 9146-0418.
  
Confira a programação:

Segunda-feira (22.08.11)
09:00h ÀS 12:00h — Apresentação de Projetos de TCC dos acadêmicos da UFRR (Aberto ao Público). Local: Bloco de Psicologia
17:00h — Credenciamento - Auditório Alexandre Borges
19:00h — Apresentação Cultural
19:30 h — Composição da mesa para abertura do evento.
20h— Palestra – A Saúde (quase) Perfeita e sua Relação com o Psique-soma. (Prof. Msc. Sérgio Gomes) Local: Auditório Alexandre Borges
  
Terça-feira (23.08.11)
09:00h ÀS 12:00h — Apresentação de Projetos de TCC dos acadêmicos da UFRR (Aberto ao Público). Local: Auditório Alexandre Borges
16:00h às 18:00h — Mesa-redonda: Progra-ma Viva Comunidade.Local: Auditório Alexandre Borges
18:00h às 22:00h — Mini-curso: Genealogia e Arqueologia do silêncio na Psicologia (Parte I). (Prof. Msc. Sérgio Gomes). Local: Auditório Alexandre Borges

Quarta-feira (24.08.11)
08:00h às 12:00h — Mini-curso: Algumas abordagens para o Autismo (Parte I). (Profª. Msc. Soraya Ramirez). Local: Auditório Alexandre Borges
14:00h às 18:00h — A arte cinematográfica como instrumento de aprendizagem em psicologia. Filme: A Origem. (Prof. Dr. Calvino Camargo). Local: Bloco de Psicologia
14:00h às 18:00h — A arte cinematográfica como instrumento de aprendizagem em psicologia. Filme: United States of Tara . (Psicólogo Leonardo Morais). Local: Bloco de Psicologia
18:00h às 22:00h — Mini-curso: Genealogia e Arqueologia do silêncio na Psicologia. (Parte II). (Prof. Msc. Sérgio Gomes). Local: Auditório Alexandre Borges

Quinta-feira (25.08.11)
08:00h às 12:00h — Mini-curso: Algumas abordagens para o Autismo (Parte II) (Profª. Msc. Soraya Ramirez). Local: Auditório Alexandre Borges
14:00h às 16:00h — Apresentação dos Grupos de Pesquisa do curso de Psicologia UFRR. Professores: Msc. Socorro Lacerda, Dr. Pamela Alves e Dr. Calvino Camargo. (Aberto ao Público) Local: Auditório Alexandre Borges
16:00h às 18:00h — Palestra: Uma viagem pe-la história da loucura. Dr. Laerth Tome – Psiquiatra. Local: Auditório Alexandre Borges
18:00h às 22:00h — Mini-curso: O mal-estar na sexualidade: masculino, feminino e suas con-figurações na vida subjetiva. (Parte I) (Prof. Msc. Sérgio Gomes) Local: Auditório Alexandre Borges
Sexta-feira (26.08.11)
09:00h às 12:00h — Apresentação de trabalhos científicos. Local: Bloco de Psicologia. (Aberto ao Público)
16:00h às 18:00h — Mesa redonda Equoterapia. Local: Auditório Alexandre Borges
18:00h às 22:00h — Mini-curso: O mal-estar na sexualidade: masculino, feminino e suas configurações na vida subjetiva. (Parte II) (Prof. Msc. Sérgio Gomes) Local: Auditório Alexandre Borges

Sábado (27.08.11)
08:00h às 10:00h — Palestra – Silere e Tacere: Os lugares do silêncio na clínica psicanalítica. (Prof. Msc. Sérgio Gomes). Local: Auditório Alexandre Borges
10:00h — Encerramento.